Ninguém come ninguém, nem mesmo quando está a comer.
posted by Kid A at 4/15/2005 07:57:00 PM
Friday, April 15, 2005
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Sem bocas nem recados
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31 Bocas:
É confrangedor que, com a tua idade, ainda não saibas o que é comer alguém. Deduzo também que nunca foste comido. Isso justifica em grande parte as tuas dúvidas existenciais. As pessoas que não entendem o que é uma verdadeira refeição são subnutridas emocionalmente.
Que sabe o sr. anonymous sobre a minha idade? Ser comido é lindo! Trapaceado, também. Tem a ver com o tom masculino da frase, talvez.
Subnutridas emocionalmente... Lindo! Gostava de ver o teu comentário assinado para podermos discutir a emocionalidade ou a fisicalidade do acto comer.
A tua idade deduz-se do tom dos teus textos. Ou és um puto à volta dos 20 ou um quarentão em crise de meia idade. "Ser comido é lindo!" faz adivinhar mais a segunda hipótese. Já agora, ser comido não é lindo, é bom. Fazer amor é que é lindo - é comentário de gaja, não o faças muito se não o fores, fica mal.
Quanto a assinar ou não, "Kid A" é melhor que "Anonymous"?! Eu faço-te a vontade, arranjo um pseudónimo à altura do teu.
Queres discutir a emocionalidade ou a fisicalidade do acto de comer... Tudo bem, pode ser interessante. Passarei de vez por aqui.
Não me digas que a inicial do teu segundo nome é U?
Olha... Tenho todo o interesse em discutir esses temas, por isso, deixo-te aqui o meu mail. Espero continuar a prosa lá. aesilvaxxi@hotmail.com
Em relação à idade... completamente equivocado.
"Fazer amor" é, semdúvida, é uma expressão tipicamente de gaja.
Continuamos no mail...
Poema para F
"Inteligência Artificial"
Onde se encontram os livros é sua feira:
Gente come letras e se sente inteligente.
Livros são como pratos em cima da cadeira:
Gente, lentamente, impondo letras na mente.
Sentado, acha-se objeto de admiração.
Com um olho no prato e o outro no admirador,
As letras não entram em seu gravador,
Culpa o admirador por ter fugido a atenção.
Comedor de letras chega a ser irracional,
Porque sua frágil inteligência é artificial.
Cheio de letras, fica obeso de ignorância,
Expressando uma face dominada pela arrogância.
Ruilendis
Estava apenas a ser um espectador (leitor) algo atento..sabia que..apesar de saber que pertenço a uma espécie em vias de extinção..algures no planeta.. outros (poucos..) idênticos a mim existem..o que parece ser o vosso caso..
Gostava que tornassem a empreender o vosso diálogo..sem dúvida..relevante para as hostes da nossa espécie..
Para autor de "Poema para F.":
Uma das coisas mais deprimentes que existem é um caniche a latir aos lobos. Sem arrogância, apenas com lucidez, digo-te: F. e Kid A não podem perder tempo a ensinar-te a rugir, procura outras paragens. Estamos ocupados.
Para 102:
Kid A optou por uma discussão privada. O blog e as regras são dele. Um dia destes, talvez nos encontremos por aí.
Fico "chocada" quando utilizam o verbo comer como representação de acto sexual.Que não queiram utilizar a expressão "fazer amor"ainda aceito, porque há pessoas que não sabem o que isso é, agora comparar-nos a canibais acho uma falta de gosto impressionante!!!
Para Kid A a propósito do comentário de "Chocada":
Mas quem é que tu deixas consultar o teu blog?! Que é isto?! Um jardim infantil?! Um chá das cinco?! Alice no país das maravilhas versão V?! Ainda bem que decidiste continuar a nossa conversa por mail! Não aguentaria interferências destas por muito tempo. É pior do que ir passear ao domingo à tarde de mãos dadas!
Para F:
Acho de cobarde por nao te identificar.
Eu acho que a palavra “comer” é mt bem utilizada, acho que não devemos ficar chocados com isso, eu pelo menos fico chocado com coisas muito mais graves que se passa neste mundo... anda por aí muita gente que gosta muito de “comer” e que começou por gostar de fazer amor...
CC
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(Para F) Ah! Ah! ah! Esqueceste o shopping... de mãos dadas, no shopping.
(Para os anónimos) Que se identifiquem, para serem justamente respondidos. Um caracter apenas é mais que suficiente (e revela carácter).
(Para o último anónimo) Ninguém aqui desceu o nível dos comentários... Não gostaria de ter que andar aqui a apagar comentários.
(Para todos) Vá! Não se detenham (apenas) na parte animalesca do post.
Para F:
Nao me digas que es uma beata falsa.
Assinatura: orgulhosa de ser mulher.
Para F.:
Entre 35 e 40 anos, pais divorciados (e/ou com um relacionamento tenebroso), relacionamento próximo com irmãs (mais velhas?), frequentador de psicoterapia (talvez desistente), contacto diário profissional e pessoal com muitas pessoas (médico/editor/professor/jornalista/advogado...), sem filhos nem ex-mulher (talvez ex-companheira de casa), apreciador de Laclos... Que tal?
Maria é o meu 2.º nome.
Já que a identificação é importante passo a assumir a letra T.Nunca pensei que a utilização do termo "chocada" provocasse tanta inquietação!Mantenho o que disse e acrescento que um pouco de "chá" nos comentários não faria mal nenhum.Aliás a escrita proporciona comentários,que não seriam efectuados se as pessoas estivessem cara a cara.Utilizar um discurso coerente independentemente das circunstâncias faz de nós pessoas bem melhores!
Para Maria:
Olá, Maria, o meu nome é Filipe. Uma pessoa que conheça/goste(?) de Laclos capta a minha atenção. Tu és uma bruxinha, acertaste em quase tudo. És uma lufada de ar fresco nestes comentários. Conheces o autor do blog? Que fazes por aqui?
Para Filipe:
Em que é que eu não acertei?
Não sou bruxinha, apenas uma observadora atenta e paciente. Para mim, Laclos representou o início duma cura. Não gosto de falar sobre isso, apenas o mencionei por ter intuído que também o conhecias. Adiante.
Conheço, efectivamente, o autor do blog. Só venho cá por causa disso. Interesso-me por pessoas com tudo o que isso acarreta, contactos exclusivamente deste tipo acabam por me saturar. Não gosto de conversar premindo teclas face a um écran. Indispõe-me.
Para Maria:
Talvez te venha a dizer em que é que não acertaste, mas hoje não.
Poderás ser uma observadora atenta e paciente. Contudo, não é só isso que te deu a clarividência sobre mim. Foi outra coisa - sabes a que me refiro, é melhor guardarmos essa conversa para um território mais privado.
Para Maria:
A maior parte das pessoas sente-se melhor atrás de um écran, sob a protecção do anonimato. Tu preferes carne, sangue, pele... Qualquer coisa excepto o nada. "O duelo trouxe a vida com a morte, um preço insignificante a pagar por algum alento."
Para Filipe:
No universo em que nós os dois nos temos encontrado, admito que regressei a mim própria recentemente. Isso causou-me alguma desorientação, que se tem desvanecido em tranquilidade. Passar de espectadora a interveniente propriamente dita limita as opções de fuga, mas abre um espectro de "cores" que me causaria deslumbramento noutras épocas remotas.
Não está na minha natureza ter conversas privadas sobre assuntos íntimos com desconhecidos, por mais interessantes que pareçam. Lamento, não vou fazê-lo. Este blog é o mais próximo que estarás de mim.
Maria, é pena não gostares de falar sobre este tema: “Laclos representou o início duma cura”.
Acho que muita gente gostava de saber a tua opinião.
Uma pequena provocação: Por momentos pensei que estava no sítio errado, ou seja não num blog, mas sim num site de engate :)... não levam a mal, foi apenas para vocês não fugirem do interessante tema.
CC
Baixem as armas meninos!!!!
Continuando assim! Parece uma guerra aberta! e por uma questão de alimentação! seja ela qual for!
Nos anos 70 era tudo PAZ e AMOR!
Como tudo muda com os tempos...
Que seja PAZ e uma boa refeição!
Não se percam é em lutas... porque já diziam os antepassados, ovelha que abre a boca é um bocado que perde....Sejam voces da idade que forem e o que estiverem a comer...não vão vocês chegarem depois da sobremesa...
Na verdade, este blog mostrou ser uma revelação..observar a intervenção de uma mulher que se diferencia entre as que conheçemos..é uma dádiva..os meus elogios por isso.
Uma mulher..Maria..que denota maturidade..experiência..a dar os primeiros passos..a algum receio..num mundo de re-descoberta..que pode propiciar uma libertação que poucas mulheres alguma vez chegam a alcançar..
Não consigo evitar..tentar proporcionar-te..convidar-te..a dar uns passos mais..no seio do contexto de Laclos. Todas as mulheres que tenham contacto com Laclos..pensam como seria..o desafio é..Maria..dar uns passos para descobrir o seu mundo..
CALMA E DIGNIDADE!
Para Maria:
Numa praia deserta, um miúdo está perto da zona de rebentação das ondas. Não tem mais de sete anos. Descalço, apanha as conchas que o mar depositou na areia. Observa-as com a atenção esperada na sua idade. Todas as conchas partidas são devolvidas ao mar. As intactas são colocadas no balde que a mãe transporta, tendo esta um sorriso indulgente nos lábios e no olhar.
Conformado com o meu tamanho, vejo que sou o miúdo. Olho para a mulher e vejo-te a ti.
Para Filipe:
O autor deste blog censura-me por não conseguir abarcar o encantamento das comunicações via net. Considera-me demasiado apegada à presença das pessoas. Possivelmente, partilhas a opinião dele.
À medida que o tempo passa, todos aprendemos a lidar com os outros de uma forma controlada. A espontaneidade e a confiança são relegadas para segundo plano. Pomos em prática os jogos relacionais. Mais do que conhecer os outros, interessa despertar neles admiração, amizade, amor... Daí até abdicarmos frequentemente de nós próprios é um passo microscópico. Para muitos, a existência torna-se uma peça de teatro, da qual são simultaneamente autores e actores principais. Representa-se no emprego, no grupo de amigos, junto do(a) companheiro(a), etc, etc. Isso proporciona um certo conforto, na medida em que adquirimos alguma protecção perante o que é desagradável, como se não nos acontecesse exactamente a nós. Contudo, simultaneamente, ganha-se uma impressão de vazio, de ausência. Falta algo, não se sabe bem o quê. Faltam cores ao arco-íris.
As sms, os chats e coisas semelhantes aparentam incrementar a comunicação. Isso pode ser verdade até um ponto. Porém, a existência das pessoas não se limita às palavras (bem e mal escritas/escolhidas). As pessoas também são gestos, sorrisos, rugas, cabelos desalinhados. Também são vozes diferentes. São olhares marotos e trocistas, são peles alvas e bronzeadas, são todas as idades e alturas. São excesso de peso e cabelo branco, mãos esguias e narizes empertigados. Não prescindo disso. Para mim, a net e o telemóvel preenchem as ausências, não se confundem com a presença do interlocutor.
Compreenderás por isso que não tenho interesse em continuar a corresponder-me contigo. Para mim, és uma entidade abstracta, não és verdadeiramente uma pessoa. Espero que a tua viagem te encha de plenitude. A minha é totalmente distinta. Até um dia...
Nao deves ser desiludida pela vida.
CARPE DIEM !
De X para Maria:
Es uma "Ana Karenine" (Tolstoi), não te escondas atrás de Laclos.
Tens que assumir os teus actos sexuais :-) sem remorsos. Gostaste! :-).
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